quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ascensão e queda do Império Romano

Caros&Prezados, ainda estou meio de ressaca com a rodada de Domingo. Sei, podem dizer que eu exagero. Como diria o Agenor: sou mesmo um "exagerado". Repito, ainda estou meio atordoado, não sei. Mais um vez (pelo menos na recente história dos anais futebolísticos) o Santos  submeteu o Tricolor Paulista, o querido time do Roger, vocalista do Ultraje a Rigor, a mais uma  inevitável "rodada", nesse caso, a mais uma capotada nas curvas daquela estrada famosa, cantata em verso e prosa. Pois bem, é isso mesmo: 3 X 1, fora o baile. Mas não retomo a palavra para falar disso, apensar de ser assunto tentador. Falo de outra coisa: ontem, rodada da Libertadores da América, e estou vendo Corinthians X Emelec (aquele mesmo que deu uma fungada decisiva no cangote do Flamengo). O jogo, em si, definiria modestamente como "chato pra caralho". Mas algo me chamou  a atenção: ver o Júlio César no banco. Tudo bem, era sabido, e ele já havia sido submetido ao tradicional linchamento das mesas redondas da vida. Ele mesmo, o mais recente cordeiro imolado no altar do sacrifício, o Cristo brasileiro e futebolístico da última semana. Fiquei, pela enésima vez decepcionado com o mundo. Nada de novo, na verdade. O cara errou. Nem faço a pergunta, já afirmo, dada a notoriedade dos frangos que tomou. Não vou insisitr com o clichê, apesar da verdade: a casa pode cair para qualquer um. Mas ele ir pro banco, assim, tão diretamente e sem cerimônia, é um tipo de rebaixamento moral com o qual não me solidarizo. É como se Julio César caisse para a segunda divisão da vida. Não sendo Tricolor das Laranjeiras, não há de haver tapetão que o redima. Vi a expressão grave dele no banco de reservas, enquanto o novo goleiro cabeludo (que não sei o nome) fazia uma defesa importante. Não há muito mais que isso: o sujeito cabisbaixo com a sua última cagada. Como a situação me soa familiar, veio-me não sei que sentimento de irmandade, vontade de abraço de amigo. Porra, não é Corinthians? Desde quando o Corinthinas virou eugenista?
Faço uma ressalva: não aponto o dedo para o Adenor Tite. Imaginando como são os times "grandes" brasileiro - pequenos e miseráveis em vários sentidos - nem sei se é possível afirmar que a humilhação a que foi submetido o goleiro corinthiano é decisão dele ou exclusiva dele.
Os goleiros sempre estão sujeitos aos piores ódios, quando não dos adversários, dos próprios torcedores. O goleiro vive para realizar o "contra climax" como professou o Emerson Leão, durante a transmissão do jogo Santos X São Paulo, do último fim de semana. Contra - climax, convenhamos, a expressão é estranhíssima, mas compreensível. E Leão foi goleiro, além de outras coisas sabidas e não confirmadas.
Fico por aqui. Júlio César, tamo junto.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dinah Again

Na verdade vou arriscar:
vejo uma tragédia se aproximando...
um time de verde, já rebaixado, complicando a vida de um tricolor...
vejo pessoas de branco e preto comemorando...
o fim da tarde será longo.
haverá choro e ranger de dentes.
toda a praia será desolação,
não haverá subúrbio, cidade nem vila,
que não sofra dos Bárbaros o assalto.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Feito!


Meu personagem da semana (título roubado do quinto mais ilustre Tricolor (perde apenas para o Jô Soares, Nelson Motta, Evandro Mesquita, e Paulo Emílio) é o Fluminense.

Parênteses. Hoje, existe algo mais insólito do que se imaginar "Fluminense Campeão Brasileiro"?

Eu acho que não. E talvez, até mesmo por isso, essa seja uma verdade quase absoluta.

Já me conformo com meu vice campeonato e com a vaga na Libertadores da América. O caneco já tem dono, e dessa vez vai pras Laranjeiras. Fazer o quê?

O ressentimento, valha-me deus, dessa vez, é menor que a sensação de merecimento. Por muito pouco, muito pouco mesmo, o Fluminense foi melhor que o Corinthians nessas quase 40 rodadas do Campeonato Brasileiro.

Porque muito pouco? Porque, mesmo tendo as principais peças para ser campeão disparado, o Tricolor quase que entrega a rapadura. O Todo Poderoso também tinha boas peças para a empreitada, mas passou por problemas bem mais sérios...dois técnicos saíram...a falta de reposição e a eterna espera pelo Ronaldo.

Não reclamo. Fomos bem. E por isso volto ao meu personagem da semana.

Seguem as minhas explicações para o sucesso do Fluminense. Evidentemente, aceito o contraditório.

Primeiro (mas essa não é a ordem de importância): o melhor técnico do Brasil. Não vou me alongar sobre isso, porque acho que essa afirmação beira o consenso.

Segundo: o melhor jogador do Brasil. Conca. Essa rapaz está jogando muito. Mas muito mesmo. Com certeza, será mais um argentino, assim como Carlito Tevez, que vai abocanhar o prêmio de melhor do Brasileirão.

O que me espanta é o fato de que o Sérgio Batista, técnico da albiceleste, não perceba a maior virtude de Conca, e a utilize para transformar sua seleção num time capaz de ganhar algo mais do que amistosos.

O Conca é o primeiro jogador argentino que eu vejo que joga como um brasileiro. Mas não como um brasileiro de hoje. Como os brasileiros de sempre. Como Zico, Sócrates e Falcão. Ele tem habilidade, vontade, noção de realidade e disciplina tática totalmente diferente de seus conterrâneos. Isso, dentro da seleção Argentina, já repleta de ótimos jogadores, porém com características distintas, seria algo bem importante pro mundo do futebol.

Sou fã do Conca, confesso, mesmo devendo um ponto pro time dele.

Se eu estivesse em uma mesa de bar, poderia me alongar sobre isso. Mas o teclado me dá preguiça. Então vamos adiante.

Terceiro, e voltando ao Fluminense. O Conca tem ao seu lado três ou quatro bons jogadores (fora os meia boca que as vezes fazem bons jogos) que o ajudam, e ajudam ao Murucy, a segurar o tranco. E isso é muito importante. É irreal pensar num time só de craques. Dream Team de cú é rola. O time campeão tem um bom técnico, um craque, alguns bons jogadores e um resto de carregadores de piano. Tirando o Flamengo de 87 e o Palmeiras da fase Parmalat (aí desconta as malas pretas), todos os outros times campeões confirmam a minha tese.

Pra encerrar, esse título do Tricolor também serve, de uma forma torta, pra nós, Corinthianos.

Cadê a armação? Cadê o título "comprado" (o inédito título comprado sem dinheiro...)

Penalti pra lá, penalti pra cá...e o caneco vai pro Fluminense...

E segue a alternância entre o barulho e o silêncio após cada apito do juiz...(pra bom entendedor...)

Por favor criançada...volta pra Tv Globinho...futebol é pra gente grande...

E vamo que vamo e dele que dele!

domingo, 21 de novembro de 2010

Do Brasileirão sob suspeita

Caríssimos,

Chega mais um final de Brasileirão e voltam as suspeitas de maracutaias.
Será que vamos jogar no lixo a fórmula de pontos corridos por mesquinharias?
O choro irá vencer a alegria?
Roubaram, entregaram, mão grande, malas brancas, pretas, rosas...
Triste...
Sei que é pueril de minha parte, mas será impossível separar o esporte dos interesses comerciais?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O anti corinthianismo e o novo udenismo

Pois é. Bastou um pênalti a nosso favor.

O campeonato foi comprado!

Está tudo armado para o Corinthians ser campeão!

Roubo! Roubo! Roubo!

Bastou um lance casual, e diga-se de passagem, corretamente marcado pelo juiz, para que surgissem de todos os cantos esses arroubos de um moralismo extremamente fajuto e de uma parcialidade descaradamente anti corinthiana.

Pergunto: e os outros jogos? e os outros times? arbitragem sempre 100%?

No fundo, para os detratores, o Corinthians não poderia existir.

Se existe, não poderia jogar.

Se joga, não poderia vencer.

Se vence, não poderia comemorar.

Li em algum lugar a seguinte pérola. " É o time do Lula, um retrato do país". Sociologia de quinta categoria, tão profunda quanto um pires de dar água pro gato.

Não me lembro dessa indignação quando anularam dois gols legais, marcados pelo Ronaldo, no jogo contra o Guarani.

Ou quando no jogo de ida contra o próprio Cruzeiro, o mesmo árbitro também não marcou um penâlti a nosso favor. Ou mesmo diante de lances polêmicos protagonizados por outros times.

Fico pensando se haveria tanto barulho se o pênalti fosse marcado na outra área, e desse a vitória para o Cruzeiro.

Imagino os mesmos faladores comemorando o fato, inclusive enaltecendo o possível erro do juiz.

Pois bem, indignação bem seletiva essa, dessa nova velha estirpe de torcedores que se insurge pela moral e bons costumes toda a vez que o Corinthians joga.

Seu passatempo predileto: forçar o terceiro tempo de jogo, transformando lances simples, corriqueiros, em tragédias, em escandâlos, em tudo o que os seus times (se é que existem) não conseguem fazer quando entram em campo.

Seu modus operanti: a histeria, bordões clássicos, a falsa imparcialidade, quase infantil, o apelo à etica e à moral, enquanto o futebol...o que é mesmo o futebol?

É o novo udenismo, que aos poucos vai saindo das páginas de política e aos poucos vai invadindo as colunas esportivas.

Sinceramente, eu ficaria um pouco menos contrariado se essa turma criasse um pouco de coragem e assumisse que o problema não é o lance, polêmico ou não. Não é o penalti ou o gol. O problema é o Corinthians.

Assumisse que realmente não podemos jogar, não podemos ganhar e muito menos comemorar.

É deprimente.

Não sei se seremos ou não campeões. Mas sei que não vai ser essa fauna de falsos moralistas que vai me constranger na hora de comemorar. Um gol, uma vitória ou mesmo o caneco.

Vaai Corinthians!


sábado, 13 de novembro de 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Feito!


Primeiro...o destino de Mãe Dinah no Santos é a fogueira ou o Atlético Mineiro...cuidado Dom Tadeo...ehehe

Mas agora falando sério...não quero ser o urubu secador, o amigo da onça ou coisa que o valha.

Porém...

Se somarmos as variáveis, ou melhor, juntarmos as peças do quebra cabeças....temos o seguinte...

Máfia crente, com o capo Brum
+
Diretoria cooptada ou cooptando (meu ponto de vista)
+
Crença na predestinação dos homens
+
Uma vontade irresistível de sair do Rio (só isso, ou umas boas garrafas de Velho Barreiro, explicam as declarações do Silas)
+
A possibilidade de contratar um técnico laranja, que vai deixar tudo na mão de deus, ou do diabo, dependendo da vontade de deus (é uma loucura, mas é assim mesmo)
+
Silas, um dos fundadores dos Atletas de Cristo
=
Silas no Santos.

Quase daria um verso. Silas no Santos. Mas, na minha opinião, vai mesmo é dar merda.

Que saudade do tempo em que os crentes, católicos, protestantes, judeus, macumbeiros, dinheiristas, canalhas, pulhas, reaças, ladrões e pernas de pau...até esses...apenas pensavam em jogar futebol.

Lembro do Muller, que segundo os críticos, suava mais pregando do que jogando. Mas se casou com uma chacrete. Existe maior demonstração de tolerância? E jogava.
E o que falar de MC07, que operou o milagre de fazer o Osmar Santos falar e quase fez o Gerson Brenner levantar e andar. E jogava.

O problema é que os crentes de hoje são crentes demais. E, por pura falta de malandragem, esses manés nunca perceberam que nem Jesus foi tão crente quanto eles.

O Magrão deveria pedir uma licença pro Papai, descer antes do juízo final e trocar uma idéia com essa gente: "menos, pessoal, menos..."

No alto de sua simpatia e benevolência, aquele que, dizem, morreu por nós, provavelmente tiraria a cinta e partiria pra cima do Brun e seus asseclas, do mesmo modo como partiu pra cima dos vendilhões do templo, só que dessa vez, bradando:

Quero futebol, cacete! A salvação da humanidade, essa deixa comigo, porra!