Caros&Prezados, ainda estou meio de ressaca com a rodada de Domingo. Sei, podem dizer que eu exagero. Como diria o Agenor: sou mesmo um "exagerado". Repito, ainda estou meio atordoado, não sei. Mais um vez (pelo menos na recente história dos anais futebolísticos) o Santos submeteu o Tricolor Paulista, o querido time do Roger, vocalista do Ultraje a Rigor, a mais uma inevitável "rodada", nesse caso, a mais uma capotada nas curvas daquela estrada famosa, cantata em verso e prosa. Pois bem, é isso mesmo: 3 X 1, fora o baile. Mas não retomo a palavra para falar disso, apensar de ser assunto tentador. Falo de outra coisa: ontem, rodada da Libertadores da América, e estou vendo Corinthians X Emelec (aquele mesmo que deu uma fungada decisiva no cangote do Flamengo). O jogo, em si, definiria modestamente como "chato pra caralho". Mas algo me chamou a atenção: ver o Júlio César no banco. Tudo bem, era sabido, e ele já havia sido submetido ao tradicional linchamento das mesas redondas da vida. Ele mesmo, o mais recente cordeiro imolado no altar do sacrifício, o Cristo brasileiro e futebolístico da última semana. Fiquei, pela enésima vez decepcionado com o mundo. Nada de novo, na verdade. O cara errou. Nem faço a pergunta, já afirmo, dada a notoriedade dos frangos que tomou. Não vou insisitr com o clichê, apesar da verdade: a casa pode cair para qualquer um. Mas ele ir pro banco, assim, tão diretamente e sem cerimônia, é um tipo de rebaixamento moral com o qual não me solidarizo. É como se Julio César caisse para a segunda divisão da vida. Não sendo Tricolor das Laranjeiras, não há de haver tapetão que o redima. Vi a expressão grave dele no banco de reservas, enquanto o novo goleiro cabeludo (que não sei o nome) fazia uma defesa importante. Não há muito mais que isso: o sujeito cabisbaixo com a sua última cagada. Como a situação me soa familiar, veio-me não sei que sentimento de irmandade, vontade de abraço de amigo. Porra, não é Corinthians? Desde quando o Corinthinas virou eugenista?
Faço uma ressalva: não aponto o dedo para o Adenor Tite. Imaginando como são os times "grandes" brasileiro - pequenos e miseráveis em vários sentidos - nem sei se é possível afirmar que a humilhação a que foi submetido o goleiro corinthiano é decisão dele ou exclusiva dele.
Os goleiros sempre estão sujeitos aos piores ódios, quando não dos adversários, dos próprios torcedores. O goleiro vive para realizar o "contra climax" como professou o Emerson Leão, durante a transmissão do jogo Santos X São Paulo, do último fim de semana. Contra - climax, convenhamos, a expressão é estranhíssima, mas compreensível. E Leão foi goleiro, além de outras coisas sabidas e não confirmadas.
Fico por aqui. Júlio César, tamo junto.
o destino do pobre goleiro foi selado no dia seguinte ao fatídico frango. na capa da folha, um fotógrafo sagaz e as artimanhas de um editor o que não fazem? tendo ao fundo uma placa de publicidade em que se lê "Pipoca é", o goleiro se dirige cabisbaixo até o gol, já que buscar o frango no fundo das redes tem de ser um gesto solitário e amargo. o futebol brasileiro não via nada tão humilhante desde o penalty do elano na argentina, minto, desde o gol incrível perdido pelo david, seguido da patética entrevista na linha sou homem e não fujo das minhas responsabilidades.
ResponderExcluirÉ Menino do Rio, não mencionei isso, mas era isso mesmo que pensava: armou-se uma tremenda campanha de humilhação contra o cara. E depois os babacas da Tv vem falar de "bulling". Quanto pior o programa ou o "comentarista", mais agressiva era a investida. Tive a infelicidade de ver o programa da Gazeta, que espero e suponho, não dá o desprazer de aparecer na Guanabara. Cada um mais enfático de que o outro em avacalhar com o cara (Unha de Cavalo, Flávio Prado, Chico Lang, etc). Tive até a impressão de ter sido sugerido por alguém que o cara era homosexual - claro que para forçar o sentido negati√isso de tudo que se falava dele. Enfim, Brasil, Brasil, Brasil
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