Existe aquela história de que uma coisa leva a outra. Pois bem.
Estava eu no Café Cristal, minha segunda casa em Santa Maria, tentando assistir, e obviamente secar, Palmeiras x Fluminense. Sinceramente não me envergonho de perder meu tempo diante de dois times que não merecem sequer a atenção de um piolho de rato...mas depois dos pontos corridos...
Tentava, dizia eu..tentava...pois ao meu lado, outros assíduos frequentadores do bar, insistiam em comentar o empate em 0x0 do inter ou a vitória magra do grêmio sobre a obra prima de carlos gomes.
Claro que esses temas extinguiram-se como o fogo na palha. E os convivas começaram a entrar em assuntos mais interessantes.
Falavam de grandes eventos, como a marcação e castração de gado...diziam que dentro de poucos dias, em Júlio de Castilhos, uma estância ia castrar coisa de 150 cabeças...coisa mais linda...etc...etc...Daí, a conversa derivou para as facas...
Foi quando alguém falou "Porque eu guardo uma guerreira debaixo do banco do meu carro".
Putaquelospariò.
Na hora, tive um flashback, e recordei que meu pai também cultivava o saudável hábito de ter um facão debaixo do banco de sua Belina. Facão que inclusive, eu e meus irmãos, tivemos o prazer de ver entrar em ação, uma vez que meu pai surpreendeu um casal em vias de fato na varanda de nossa ex-casa.
Futebol, mesmo que desviado, também é cultura.
Segue a conversa, até se chegar na discussão sobre o melhor modo de se assar a bola do touro. Recordem-se, o assunto original era a castração. Pois bem, dizem que, depois que tu corta o saco do touro, tu deve jogar a bola direto na brasa. Então, espera a pele de cima esturricar. Tira a bola da brasa, tira a pele esturricada e joga a bola na salmoura. Assa de novo e come.
Mas depois, segundo os convivas, pare na primeira zona que encontrar.
E o jogo rolando.
Segue o jogo e segue o papo.
Até que, em um determinado momento, o Washington perde um gol. Alguém fala:
"Esse aí...dizem que tem...dizem que colocaram um coração de boi pro cara jogar..."
Porra, coração de boi!? Preparei-me para a maior gargalhada da minha vida, mas quando vi o tamanho do negrão, engoli seco e concordei. O cara pra mim, na hora, virou o doutor Jatene.
Segue o jogo e segue o papo.
Aí, eu, já meio enturmado, solto: "Em quatro minutos ninguém resolve nada"
Um dos convivas falou. Falou o óbvio. Falou aquilo que qualquer peladeiro sabe, porque nasceu sabendo. Falou aquilo que, depois que o peladeiro entra pra universidade, esquece.
O jogo ainda não terminou.
Parada pra pensar. É?...Não é?....Gol. O timinho da várzea do sumaré empata. Num gol tão cagado quanto o gol do timinho da zona sul do rio.
Dois pontos a menos na caderneta. O Timão com dois jogos a menos.
Por fora do nosso fórum, me disseram que minhas análises eram furadas.
Será?
Fantástico!
ResponderExcluirO futebol explica a vida!
(Frase ifchiana que virou título de livro)